domingo, 9 de junho de 2013

COMERCIANTES APRISIONAM CARTÕES DE APOSENTADOS EM UNIÃO

     Em pleno século XXI, a cidade de União ainda conserva hábitos de nossos antepassados, como é o caso da velha conta no caderno dos comerciantes. O cliente vai comprando fiado durante o mês e quando recebe o seu pagamento ou aposentadoria, vai lá no comércio, manda somar e paga a conta. Só que como em tudo nesta vida, tem aqueles que gostam de "passar a perna" nos outros: compram, compram e no dia que recebem o pagamento vão comprar em outro lugar e esquecem aquele que teve a boa fé de lhe fornecer o mês inteiro.
     Para evitar este tipo de evasão, alguns comerciantes adotam uma prática ilícita, que é reter o cartão de benefícios do aposentado. Todo cartão deste tipo é pessoal e intransferível, mas para evitar o calote, o comerciante impõe sua condição: só vende se o aposentado deixar o cartão e a senha como garantia.
    Ocorre que no dia do pagamento do benefício quem vai receber no banco é o comerciante ou alguém da sua confiança e o aposentado ao invés de ir ao banco, vai ao comercio do seu credor, pra saber o que "sobrou" pra ele. Isso quando sobra, porque os preços lançados no caderno são atualizados de acordo com o valor do dia do pagamento e não do dia da compra. 
     Sabe-se de relato de aposentado que estava há cerca de três anos que não via seu cartão de benefício e só o teve de volta quando seus filhos desconfiados das atitudes do comerciante, o ameaçaram: ou entrega o cartão ou vamos denunciar à previdência social. O comerciante não teve outra opção e muito a contra-gosto devolveu o cartão, porém já tendo recebido o valor referente àquele mês.
     Se você sabe ou tem alguém da sua família nesta situação, com o cartão retido por algum comerciante em qualquer lugar do Brasil, não fique calado, denuncie, isto é crime. E você comerciante que está fazendo este tipo de negócio, vender fiado e reter o cartão de benefício do aposentado, saiba que a Polícia Federal poderá em breve lhe fazer uma visita, isso é crime federal.