terça-feira, 4 de junho de 2013

DO DESESPERO AO PARAÍSO

O Nordeste brasileiro, em especial no estado do Piauí, tem uma característica climática muito cruel. Há poucos meses atrás a gente postava fotos de uma seca devastadora, animais morrendo de fome e de sede, homens do campo desesperados sem ter de onde tirar alimento para o gado... Já em fevereiro, março e abril choveu bastante em todo o Piauí, rios encheram, cachoeiras maravilhosas se formaram e como num passe de mágica, tudo fica lindo. Unionenses e visitantes postam fotos incríveis de barragens, açudes e riachos que esbanjam vida e beleza. De repente, nem parece aquela aridez que dava pena de ver. Os pastos verdejantes a perder de vista... algumas pessoas até pensam: isso aqui não é aquele mesmo lugar que o gado estava morrendo de fome e sede. Mas é sim. Vamos de um extremo ao outro em questão de poucos meses. 
Agora já estamos no mês de junho, as chuvas cessaram e o chão já começa a enxugar. Nos meses de julho, agosto e setembro, não há qualquer previsão de chuvas para a nossa região. E quando outubro e novembro chegarem lá estarão novamente as vaquinhas cambaleantes de fome e sede, homens do campo de olhos grudados no céu na esperança de uma nuvem de chuva... é assim o ciclo de vida sofrida do povo nordestino, mas parece que Deus nos dá um conforto espiritual que ninguém se revolta com o nosso clima medonho: temporada de seca, versus temporada de exuberância. É assim o Piauí que amamos.